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2019-02-01

Dinheiro Vivo: Marques Soares. Onde a tradição acompanha o turismo

Os armazéns Marques Soares têm-se reinventado. É comércio com cara, que está a investir a pensar nos turistas

Dinheiro Vivo: Marques Soares. Onde a tradição acompanha o turismo
Dinheiro Vivo: Marques Soares. Onde a tradição acompanha o turismo

Os armazéns Marques Soares, na rua das Carmelitas, no Porto.


Foto: André Rolo / Global Imagens


Os armazéns Marques Soares, marca já histórica de department stores no Porto, está prestes a iniciar um investimento de um milhão de euros na renovação da loja-mãe, na Rua das Carmelitas, junto aos Clérigos, no Porto. Paulo Antunes, neto do fundador e atual presidente do conselho de administração, acredita no “enorme potencial” desta artéria portuense, que nos últimos anos ganhou uma nova vida, impulsionada pela movida noturna e pelo constante fluxo de turistas. A obra irá desenvolver-se ao longo de um ano, de forma faseada, para minimizar os impactos na atividade comercial da empresa. Para Paulo Antunes, os Clérigos são um dos melhores locais da cidade para o comércio de rua e ilustrativo é o facto da empresa obter 70% da sua faturação nos três espaços que explora na zona. “O Porto está na moda e os portugueses e os turistas estão na rua”, frisa. Segundo as suas contas, os turistas já valem 25% das vendas do espaço Jovem. “São espanhóis, brasileiros, franceses… e esse é um dos motivos porque vamos fazer a obra, há muito potencial de crescimento”, sublinha.


O comércio eletrónico é outra das apostas. O gestor quer colocar todos os artigos à venda em loja também na plataforma online. Como recorda, os Marques Soares já têm uma história de 20 anos de internet, quando instalaram a página, mas já desde os tempos da fundação da empresa que vendem à distância. Agora, quer potenciar esta nova tendência do sector e está a preparar a reformulação do site. Paulo Antunes adianta que, no próximo ano, as atenções estarão também direcionadas para Beja, onde prevê um incremento da área comercial da loja e uma reformulação das áreas de venda. Já no que toca à expansão da rede, que hoje totaliza 14 unidades (três das quais outlet), não tem de momento qualquer projeto. “Estamos focados na renovação da loja [das Carmelitas] que começa agora e vai perdurar até 2019. As oportunidades aparecem e estamos sempre a analisar, mas não temos nenhum projeto”, afirma.


Resistir e reconquistar

Os armazéns Marques Soares resistiram firmes ao embate da moda dos centros comerciais. Chegaram a fazer uma pequena incursão nesta área, com lojas em shopping em Santarém e Vila Real, mas os custos não se coadunavam com o perfil do negócio. O comércio tradicional, de porta para a rua, é o ADN dos Marques Soares. Paulo Antunes reconhece que, nas últimas duas décadas, muitas lojas fecharam, mas foi “o comerciante que não se reinventou, que parou no tempo, e não investiu”.


Nos Marques Soares, onde o cliente encontra uma grande seleção de marcas de pronto a vestir para o segmento médio-alto (nacionais e internacionais), mas também espaços comerciais consagrados ao calçado, ótica, perfumaria, têxtil-lar ou casa, há um total de 300 funcionários que garantem um atendimento personalizado. São trabalhadores que vão crescendo com a casa e, em oposição à maioria do sector, têm uma média de idades de 40 anos. “Nós temos cara, estamos cá todo o dia”, frisa.


As lojas mantêm a tradição do “livro”, mas agora transposto para o cartão de fidelização. “Todas as lojas tinham livro, nós só o disciplinamos”, diz. Os Marques Soares somam 40 mil clientes fidelizados, a quem garantem facilidades de pagamento, e que não lhes têm dado preocupações com mal parados, assegura Paulo Antunes.


Os investimentos dos Marques Soares, acompanhados da resiliência em manter as portas abertas e acreditar no negócio, estão agora a dar frutos. No ano passado, despenderam meio milhão de euros na remodelação de outros dois prédios nas Carmelitas. Ainda assim, as vendas não têm aumentado. Segundo Paulo Antunes, nos últimos três anos, têm estado estagnadas nos 20 milhões de euros, o que justifica pela forte concorrência. O vestuário pesa 70% no total da faturação.


58 anos de portas abertas

Foi pelas mãos de António Marques Pinto e Manuel Soares Antunes que, a 5 de novembro de 1960 (fará amanhã 58 anos), abriu portas a loja Marques Soares, na Rua das Carmelitas, Porto, focada no comércio de tecidos para vestuário, malhas e camisaria. Tinha 150 metros quadrados e 10 funcionários. O negócio floresceu e reinventou-se.


Hoje, a Marques Soares é sinónimo de department store e na gestão conta já com cinco netos dos fundadores. A propriedade da empresa mantém-se nas mãos das duas famílias, que hoje exploram um total de 14 mil metros quadrados de área comercial, repartidos pelas cidades do Porto, Braga, Aveiro, Santarém, Beja, Vila Real e Évora.



Fonte: Dinheiro Vivo

https://www.dinheirovivo.pt/empresas/marques-soares-onde-a-tradicao-acompanha-o-turismo/